cortês [ãa.]

Passos entre o paraíso num azul intenso e os paralelepípedos cravejados nos morros. No caminho vi folhas caídas no chão, caiadas. Flores murchas. Disfarçadas do renascer, ávidas por desvendar o que vem depois. Hoje joguei um vaso de flores no lixo, delimos. Elas enfeitaram o meu jardim por muito tempo. Je laisse aller. Exatamente igual ao que já foi. Já é. Será? Não sei. Porque vim daqui. Voltei, sem nunca ter ido.
Não quero esse amor cortês [ãa.], de muitas. Quero sim o agradável perfume que penetra. Essência. Mas hoje joguei fora a inocência dos delírios, eram brancos todos os lírios. As folhas caídas fizeram-me assim - sem luxo. No afã: Vesti-me de camélia. Cultivada à meia sombra, sem a força do sol. No conforto do paraíso. Caída em êxtase, insone. A contemplar.

Porque hoje resgatei os escritos de ontem.

Postado no Pedaços da Vida em Vermelho em 2009-01-26T02:30:28.134-02:00

2 comentários:

Dona Sra. Urtigão disse...

Pura poesia!

Danitza disse...

Estou por aqui, na tentativa de retomar a escrita. Que me faz uma falta enorme.
Saudades de algumas boas discussões.
Abraços