"Porque você é uma menina com uma flor e tem uma voz que não sai, eu lhe prometo amor eterno, salvo se você bater pino, o que, aliás, você não vai nunca porque você acorda tarde, tem um ar recuado e gosta de brigadeiro: quero dizer, o doce feito com leite condensado."Vinícius de Moraes
As pequenas coisas
Ele ainda parecia crescer. Formas definidas, alguns fios brancos pelo corpo, dores escondidas, dentro de sua redoma. Ainda assim era um menino. Talvez crescido pela força e circunstâncias. Vivido por um amor intenso e pela ausência que diziam ser do enlouquecer.
Guardava para si todos os desejos. O carinho só aparecia se junto dele houvesse um drink qualquer. Desarmava-se e transgredia da rotina. Transformava-se em essência.
Nascido na cidade dos amores de verão, ele vivia os seus. Dizia que depois de um grande amor sofrido - só resta viver e não amar.
– Agora não! Agora não!
– Ainda não quero amar!
Sentia a solidão das cidades; do cinza que se vê além do colorido. Sentia que mesmo estando no paraíso, aquele não era o seu lugar. Estava fora de si, distante de tudo o que queria. Mas temia. Não só o amor, como a vida. Temia o fato de não saber o que ela tinha para lhe dar.
Tinha um olhar atento. Racionalmente sabia dos seus passos e mesmo assim eram as ilusões que o perseguiam. Via através de suas lentes o mundo que queria. Era um desejo em meio a tantos perdidos. Sentia-se um canalha por não saber ainda as definições de seus caminhos. Sua racionalidade não permitia ser.
Naquela noite descobriu que era hora de mudar. Havia recebido uma mensagem que o fizera pensar. Os risos eram de festa, de máscaras e despreocupações. Desejos e paixões de uma noite. Ele estava lá, sem estar. Escondido. Letárgico e imaginativo, buscando compreender que diferença era aquela. O que havia naquilo tudo, que o fazia falar e ser ele mesmo.
Guardava para si todos os desejos. O carinho só aparecia se junto dele houvesse um drink qualquer. Desarmava-se e transgredia da rotina. Transformava-se em essência.
Nascido na cidade dos amores de verão, ele vivia os seus. Dizia que depois de um grande amor sofrido - só resta viver e não amar.
– Agora não! Agora não!
– Ainda não quero amar!
Sentia a solidão das cidades; do cinza que se vê além do colorido. Sentia que mesmo estando no paraíso, aquele não era o seu lugar. Estava fora de si, distante de tudo o que queria. Mas temia. Não só o amor, como a vida. Temia o fato de não saber o que ela tinha para lhe dar.
Tinha um olhar atento. Racionalmente sabia dos seus passos e mesmo assim eram as ilusões que o perseguiam. Via através de suas lentes o mundo que queria. Era um desejo em meio a tantos perdidos. Sentia-se um canalha por não saber ainda as definições de seus caminhos. Sua racionalidade não permitia ser.
Naquela noite descobriu que era hora de mudar. Havia recebido uma mensagem que o fizera pensar. Os risos eram de festa, de máscaras e despreocupações. Desejos e paixões de uma noite. Ele estava lá, sem estar. Escondido. Letárgico e imaginativo, buscando compreender que diferença era aquela. O que havia naquilo tudo, que o fazia falar e ser ele mesmo.
Eu não sou da sua rua
Terrinha
"Todo mundo necessita de um lugar para voltar" (Crime e Castigo - Fiódor Dostoievski)
Tem dias que tenho uma birra tremenda desta terrinha. Povinho tacanho, preconceituoso, bairrista, tribal e primitivo. Acho que estes dois últimos são um, conseqüência do outro, estão interligados, não sei.
Mas ontem estive na praça para alegrar o meu carnaval (mesmo não gostando nem um pouco desta folia e dos aglomerados). Tínhamos lá o Carnaviola, coisa de roça... Fala forçada, por uma representação que sempre me recusei em aceitar, mistura de elementos, falta de identidade (talvez). Ainda sim, "teve" bom, lembrei de uma bandinha que vi em uma praça no Flamengo. Resgate saudável de algumas tradições.
Ando à procura do urbano, dos novos caminhos, de algo que ainda não vi. No entanto, gosto do cheiro de terra molhada e não do cheiro de chuva no asfalto, ou do cheiro de peixe que vem do mar.
Gosto do doce feito pela vovó, das quitandas maravilhosas que só encontro por aqui, do queijo fresco e saboroso; mas gosto do ir e vir das pessoas, da babel que é o metrô, da arquitetura mista e histórica. Das possibilidades infinitas e de ser mais um no meio da multidão. Da tecnologia, do acesso, da informação...
Gosto ainda mais do meu quarto, da infinitude de pensamentos, do poder da imaginação. Por isso a frase no início: "todo mundo necessita de um lugar para voltar", mesmo que este lugar seja dentro de si.
Como sempre diz o meu amigo: "eu moro em mim".
Tem dias que tenho uma birra tremenda desta terrinha. Povinho tacanho, preconceituoso, bairrista, tribal e primitivo. Acho que estes dois últimos são um, conseqüência do outro, estão interligados, não sei.
Mas ontem estive na praça para alegrar o meu carnaval (mesmo não gostando nem um pouco desta folia e dos aglomerados). Tínhamos lá o Carnaviola, coisa de roça... Fala forçada, por uma representação que sempre me recusei em aceitar, mistura de elementos, falta de identidade (talvez). Ainda sim, "teve" bom, lembrei de uma bandinha que vi em uma praça no Flamengo. Resgate saudável de algumas tradições.
Ando à procura do urbano, dos novos caminhos, de algo que ainda não vi. No entanto, gosto do cheiro de terra molhada e não do cheiro de chuva no asfalto, ou do cheiro de peixe que vem do mar.
Gosto do doce feito pela vovó, das quitandas maravilhosas que só encontro por aqui, do queijo fresco e saboroso; mas gosto do ir e vir das pessoas, da babel que é o metrô, da arquitetura mista e histórica. Das possibilidades infinitas e de ser mais um no meio da multidão. Da tecnologia, do acesso, da informação...
Gosto ainda mais do meu quarto, da infinitude de pensamentos, do poder da imaginação. Por isso a frase no início: "todo mundo necessita de um lugar para voltar", mesmo que este lugar seja dentro de si.
Como sempre diz o meu amigo: "eu moro em mim".
Obediência
Começo no Fim
Sabe quando você se depara com uma situação estranha e a primeira reação é dar um passo pra trás, está aí o começo no fim. Leia bem, NO fim. Se bem que muitas vezes, por aqui, será o começo DO fim. Nada depressivo demais, afinal este instante já foi! E escrever virou vício e vicissitude. No fundo: contentamento!!!
Levo as representações e deixo as incertezas!
Esta frase está no último post que fiz no blog Pedaços da Vida em Vermelho e que no final do ano se transformou em Vida. O título era: Faço minha coleção.
Percebo que são coleções de Instantes Imemoráveis. Todas tiveram a importância necessária e deram sua contribuição para o próximo acontecimento. Paradoxal fazer coleções de instantes, não?! É nesse paradoxo que elas se tornam imemoráveis, incertas e incompletas. Próximo passo: recomeço!!!
Promessa de recomeço: Não mais orfanar.
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