Realização da vida
Não me peças que cante,
pois ando longe,
pois ando agora
muito esquecida.
Vou mirando no bosque
o arroio claro
e a provisória
flor escondida.
E procuro minha alma
e o corpo, mesmo,
e a voz outrora
em mim sentida.
E me vejo somente
pequena sombra
sem tempo e nome,
nisto perdida
- nisto que se buscara
pelas estrelas,
com febre e lágrimas,
e que era a vida.
Cecília Meireles, Mar absoluto (1945)
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5 comentários:
Oi, Karla.
Bom ver que continuas andando pelas estradas da poesia.
Tô tentando voltar com os textos, aos poucos.
Mande notícias.
Beijão
Eu, que tenho fases (como a Lua), adoro isso, naturalmente...
Bjs
Ei, Professor!
Não dá para distanciar... É algo te alimenta e consome.
Com tempo volto lá para ver o que tem feito.
Beijo grande!
Christina, Christina!
Eu queria muito ter menos fases... Quem sabe uma apenas?! Seria monótono, mas seria leve.
Esta fase, por exemplo, de trabalho e nada mais. Eu eliminaria sem pestanejar...(rs).
Beijos de cá!
Vou fazer uma graça com a Clarice (que ela não brigue comigo, nem puxe meu pé!)
"Não tenho tempo para mais nada: trabalhar me consome muito!
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